Um dia desejei-te...
Desejei-te mais que o ar que respiro... mais que qualquer coisa no universo...
Qual náufrago perdido num oceano imenso, acreditava que eras tu que, ao existires, me trarias a vida que sentia escapar entre os dedos...
O meu corpo e a minha alma suplicavam pela tua existência ao meu lado... para poder em ti justificar a minha existência...
Hoje... olhando para aquilo que não aconteceu, compreendo que nunca poderias ter sido aquilo que esperava de ti...
Quão injusta e egoísta fui ao querer que tu, pedaço de mim, carregásses o peso da minha existência...
Olho para as lágrimas que me lavaram a alma, quando o destino decidiu que tu não irias existir e imagino o amor que sentiria por ti... a perfeição de te ter nos meus braços e de ser tão o teu universo como tu serias o meu...
Mas quis o destino que eu tenha que construir o meu universo sem ti... que vá vivendo consciente do vazio que deixas neste recanto da minha alma...
A verdade é que continuo a desejar-te... consciente do quão incoerente sou por isso, invejo aqueles que têm um amor como o teu, eterno... perfeito... infinito...
Quando ainda no outro dia tomei consciência das diferenças entre o gostar e o amar... olhei ao meu redor e percebi que te teria amado a ti... meu amor perfeito...
E sim... vou viver a minha vida sem ti... esperando sem esperar que um dia possas existir para eu te amar!