domingo, 31 de agosto de 2008

Frágeis...

(A propósito disso que é afinal ser-se criança....)

De tanto se falar nos cuidados que devem ter com as crianças pergunto-me se os adultos se esqueceram do momento em que eles próprios também o foram....
A verdade é que não falo com total conhecimento de causa, porque não chegou ainda o momento de me aventurar nessa tão monumental responsabilidade que é ter um filho, mas existe todo um conjunto de atitudes que não consigo completamente compreender....
Será que as crianças de hoje são diferentes daquelas que existiram até agora? Será que eu fui realmente criança ou terei apenas feito parte de uma subespécie com demasiadas alterações para ser comparada às crianças de hoje.....
Não quero com isto diminuir a importância de todos os que tentam proteger aqueles que são o nosso futuro, mas questiono-me se a superprotecção que em tantos momentos lhes é imposta não os impede de viver a sua infância e com isso crescer.....
Porque na verdade não trocava por nada deste mundo todas as aventuras meio loucas em que enveredei quando acreditava que era invencível e podia subir ao topo do mundo através do tronco de uma árvore qualquer, e por isso mesmo não consigo conceber uma infância sem essas aventuras, apesar de elas nem sempre terminarem com os meus pés na lua, mas sim com os meus joelhos esfolados no chão....
Estaremos nós a educar os adultos de amanhã, ou a criar crianças de cristal que de tão frágeis que as fazemos, as impedimos de crescer com os seus próprios erros....
Claro que sei que não são todas as crianças que têm a sorte fantástica que eu tive de ter ao seu lado um mundo de sitios sensacionais onde se aventurar, e da mesma forma sei que infelizmente existem muitos mais riscos em ser-se criança nos dias de hoje, mas ainda assim acho que não deveríamos cultivar esses seres frágeis que apenas conhecem o interior de uma sala em que ocupam o seu tempo em frente de um ecrã....
Ser-se criança é uma aventura única que demasiadas vezes se finge não o ser, esquecendo-nos a importância desse momento tão mágico que é a infância....
Gostava de ver as crianças crescer com os joelhos esfarrapados e as mãos sujas, e com a memória cheia de aventuras reais em que elas conquistaram o mundo com o seu sorriso e a sua inocência....

(10 de Maio de 2008)

Exageros...

Madrugada de sábado... Y de 14 anos em coma alcoólico...

Pergunto-me afinal onde está patente a suposta hiper-protecção, que nos nossos dias envolve as crianças, sim porque aos 14 anos ainda se é uma criança...

Numa sociedade em que tanto se proclamam os direitos das crianças e o quanto devem ser protegidas, não seria inteligente ensiná-las a divertirem-se...

Serei eu antiquada porque não compreendo uma cultura em que a diversão implica os excessos, extremamente frequentes no que diz respeito ao alcoól...

Se eu me divirto sem perder a noção dos meus actos, o que é que isso faz de mim?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Buuuuuuuuuuuu.....

Se há algo que me irrita profundamente é o hábito extremamentre desagradável das outras pessoas em olharam fixamente...
Nos dias em que parece que estamos com um sinal na testa a dizer "OLHEM PARA MIM", o facto de o fazerem é tão irritante que dou por mim a imaginar um conjunto de acontecimentos que poderiam ser suficientemente convincentes para os fazer desviar a atenção...
Será que se os ameaçar que os seus globos oculares podem cair por olhar fixamente eles desistem?
Ou o que acontecerá quando, em resposta a uma atenção tão exagerada, me tornar no ET que eles parecem examinar e os surpreender com um : BUUUUUUUUUU!!!!!

Are we there yet?

Existem na nossa vida mudanças que desejamos....

.... mudanças que nos procuram....
.... mudanças que procuramos....
.... mudançam que esperamos....

.... e mudanças que alcançamos.....

Why ain't i there yet.... a time machine please....

(Faltam 17 dias.... )

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Sentidos....

Quando procuramos nos relacionar seja com quem for, as nossas capacidades de comunicação vão sendo testadas permanentemente... Sendo que a capacidade de comunicar não se encontra necessariamente relacionada com a tradução em palavras dos nossos pensamentos, em incontáveis momentos, o silêncio poderá ser considerado um dos expoentes da comunicação....
Paralelamente, a capacidade de ler os silêncios poderá se tornar numa ferramenta extremamente útil para conviver com os outros....
Assim dou por mim a questionar a minha capacidade de decifrar as mensagens com que me vou deparando, e até que ponto a minha interpretação será efectivamente correcta....
Curiosamente, é atribuido ás mulheres um sexto sentido, no qual poderá estar incluida essa capacidade de mais que sentir, pressentir! Mas será que esse famoso sexto sentido é uma ferramenta minimamente útil a essa coisa da comunicação?
Por saber que, demasiadas vezes, aquilo que os outros pretendem dizer, é muito mais que as palavras que proferem, questiono a minha interpretação de todos os outros sinais....
Invariavelmente, a vida tem vindo a testar a minha capacidade de ler silêncios, ausências, vazios, mas ainda assim, permanece a dúvida se as interpretações feitas se baseiam na mensagem transmitida, ou naquilo que eu quero pressentir....
Até que ponto é que comunicar, nasce nos outros e vive em nós, ou nasce em nós algo completamente dispar do que em algum momento viveu nos outros....
Será que ao longo de todo este tempo realmente usei a minha capacidade de comunicar, ou apenas a imaginação...
Se a comunicação surge na convergência de todos os sentidos, será que estamos isentos de sentir aquilo que ouvimos... ou apenas ouvimos aquilo que queremos sentir?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mar...



"Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras."


Sophia de Mello Breyner Andresen


Há momentos em que encontramos nas palavras de alguém mais transparente tradução dos nosso sentimentos....

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Vicio....

Existem pessoas que são viciadas nas mais diversas coisas...
Os vicios podem até ser socialmente aceites, mas ainda assim não deixam de o ser, vicios... E por isso as pessoas vão se deixando envolver por eles, pelos vicios...
Mas da mesma forma que muitos se enredam nas teias do vicio, outros tantos descobrem o quanto o vicio vai destruindo a sua vida e procuram uma forma de se libertar do seu vicio... Alguns conseguem, mas outros, pela falta de vontade ou pela força com que o vicio os envolveu, não conseguem...
Talvez a parte mais importante desse processo de libertação seja aceitar que o vicio existe, e que vai existir sempre, que nunca se deixará de ser um viciado...

Um dia olhei-me no espelho, e fiquei perplexa com a forma como o meu vicio me fora destruindo, magoando, sufocando, e mais ainda, como eu o permitira...
O meu vicio não é daqueles que os outros vêm como tal, o meu vicio é uma pessoa, e o amor que senti por essa pessoa....
Como qualquer viciado, deixei-me levar pelo prazer que ia obtendo, sem perceber o quanto esse sentimento me ia destruindo...
Vivi o meu vicio intensamente, sem dúvidas, e ainda assim tão sufocada por elas...
Mas um dia, a vontade de me libertar tornou-se maior que o meu amor, e nesse dia o poder que o sentimento tinha mim perdeu a sua força, face à minha necessidade de viver...
Hoje vivo consciente que o que sofri faz parte da minha vida, a minha fragilidade face ao meu vicio é algo que aprendi a aceitar... Também aprendi que não quero amar um fantasma, que não vou alimentar um sentimento que me prendeu demasiado tempo...

A força não reside naqueles que não têm medo, mas sim naqueles que aprendem a aceitar os seus medos, as suas fragilidades, e as enfrentam, porque sabem que a sua vida não é feita de lágrimas e derrotas, mas sim de conquistas e sorrisos...
Eu aceito o que senti por ti, o quanto me deixei envolver pela força desse sentimento, mas não me vou render ao passado, ao fantasma de uma felicidade que nem sequer sei se existiu...

Foste o meu vicio, e de alguma forma sê-lo-ás sempre.... Mas a minha vida é muito mais que o meu vicio....

Princesa...


Oh meu doce, doem tanto as saudades que vão crescendo dentro de mim...

Fazem-me falta as nossas conversas, feitas de palavras imcompreensíveis, e repletas de amor...

Conquistaste o meu coração com esses teus olhos grandes, de quem quer conhecer todo o mundo em redor...

Esta distância que nos separa é a medida do meu amor por ti, e nele se multiplica a vontade de estar junto de ti...

Lembro-me dos livros que te ofereci... cheios de histórias de esperança, aquelas que não poderei ser eu a ler-te antes de ires dormir á noite...

Queria ter aqui a tua mão pequinina e prendê-la na minha... envolver-te com os meus braços e apagar esta distância, esta saudade, esta dor....

Espero pelo dia em que os teus passos incertos te tragam a mim...


Beijos com saudade.....

.... a tua T.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Estacionamento....

Haverá algo mais frustrante que dar milhentas voltas para estacionar o boguinhas, acabar por ir deixá-lo mais ou menos onde o gato perdeu as botas, e depois enquanto vamos até ao sitio pretendido encontramos vários lugares para estacionar o carro.....
Arg................

domingo, 24 de agosto de 2008

Lugarzinho...

Ele - "Prontos T. com esta é que definitivamente arranjas um lugarzinho no céu."

Eu - (Será que vale a pena dizer que não estou minimamente interessada?)
Pois mas eu não quero ir para o céu....

Ele - Risos....

Brincamos?

Será que sou eu, que sou tão aversa a essas coisas do socialmente correcto, que ando desactualizada dessa coisa dos sentimentos?
Não consigo compreender essa farsa que por aí se vai deixando correr em que as pessoas ocupam o seu tempo a brincar aos sentimentos...
"Hoje vamos brincar aos namorados?"
"Sim, vamos... gosto dessa brincadeira."
Andam todos por aí tão atarefados na sua procura por alguém com que brincar ao jogo dos sentimentos, que se esquecem que quando deixam de fingir existe uma probabilidade muito maior de encontrar alguém com quem realmente viver e sentir... ao invés de fingir...
Por opção, não finjo.... nem sequer porque não o saiba fazer, mas porque não o quero fazer. E ainda que correndo o risco de ficar sozinha com os meus sentimentos, vivo deixando que fiquem ao meu lado aqueles que realmente querem estar....
Sei que sou demasiado orgulhosa, mas por que raio iria eu permitir que alguém ditasse o meu valor sabendo eu que não estava a ser correctamente avaliada....
Talvez não seja suficientemente infantil para tais brincadeiras... essas do fingir gostar... do querer agradar... do fingir amar....

sábado, 23 de agosto de 2008

Um parto rápido, indolor e libertador....

Depois de andar há tanto tempo a pensar nestas palavras, parece-me irresistível dar-lhes voz... não sendo propriamente a minha voz, pelo menos serão as minhas palavras que podem nascer na voz do outros....

Bem vindos....