sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Wrong from right

O discernimento é uma coisa extremamente interessante.... especialmente quando ele existe e nós mesmo assim convenientemente o ignoramos....
Muito além da consciência social do que é certo ou errado existe em cada um de nós uma capacidade intrínseca de conseguir distinguir essas duas entidades, mas ainda assim em alguns momentos parecemos completamente incapazes de utilizar essa capacidade...
Talvez seja isso que torna absolutamente delicioso o facto de que ainda sabendo que os riscos são demasiado grandes decidamos percorrer o caminho do qual saimos repletos de mazelas....
De que valem os conselhos pseudo-sábios das pessoas que nos rodeiam, se algures nos meandros do nosso mar de células cinzentas um barquito louco e pouco seguro ruma ao destino que ele próprio escolheu....
Se temos a capacidade em distinguir o certo do errado, porque que motivo tão pouco inteligente é que decidimos mergulhar de cabeça nessas decisões que o nosso próprio discernimento definiu como erradas....
Se tão frequentemente escolhemos o errado em detrimento do certo, o que é realmente cada um deles?

8 comentários:

Paulo Lontro disse...

"... riscos são demasiado grandes decidamos percorrer o caminho do qual saímos repletos de mazelas...."

... do qual PODEMOS OU NÂO sair repletos ...

Há quem viva problemas antes de eles existirem ou mesmo tendo em conta que poderão nunca vir a existir.
Temos alguma bola de cristal?

O Pablo Neruda disse que "morre lentamente quem nunca faz nada de insensato."

Paulo Lontro disse...

Aqui está algo que eu nunca consegui!

Podes explicar como fazes para distinguir o certo e o errado?

E já agora como podes ter a certeza de ter feito uma boa avaliação?

Filipe Rodrigues disse...

Bom, temos de facto a capacidade para a distinção entre o certo e o errado, o bom e o mau, etc...
Há, contudo, uma grande diferença entre o pensar e o sentir!
Quantas vezes os nossos sentimentos tomaram conta da nossa condição física, afastando o pensamento, a razão?
Se agisse-mos sempre com a cabeça, mais valia ser-mos rôbos...

TM disse...

Filipe - Talvez a utopia seja o equilibrio entre aquilo que pensamos e o que sentimos... e nesse equilibrio reside o segredo...
Não podemos é ter a presunção de querer descobrir o segredo antes de tempo.... Há que o ir descobrindo...

TM disse...

Paulo - A adrenalina tem um poder extremamente enebriante e talvez até viciante, e por isso correr riscos torna-se imensamente tentador...
E quanto ao saber distinguir o que é certo ou errado, bem talvez seja uma forma de intuição, o produto de uma dedução, uma experimentação... no fundo apenas o saberemos posteriormente, e resta esperar que tenhamos feito uma boa avaliação...

Anónimo disse...

Permitam-me discordar dos presentes...
O certo não nos leva a questionar se o é ou não...simplesmente porque nos faz sentir bem, felizes...sorrir sem pesos na alma...
O errado faz-nos sentir mal connosco e com os outros e procuramos justificações poéticas (Pablo de Neruda/ Florbela/ Whatever), ou sociológicas (a cultura do “risco”, do “perigo”, do “fruto proibido”) para tentarmos pôr para segundo plano o que realmente se passou: fizemos merda.
Não sou religiosa.
Mas o Homem segue desde sempre a religião para tentar atingir a plenitude da felicidade (o Céu/ o Nirvana/ seja o que for), e o caminho é sempre o mesmo: fazer o que está certo (o bem/ as boas acções/ o que lhe queiram chamar).
Qualquer pensador chegou à mesma conclusão (Kant e o imperativo categórico/ Sócrates – o filósofo, não o pretendente a engenheiro): é fazendo o que está certo que o ser humano é feliz.
A resposta para a pergunta é tão simples....
E, tal como Saint-Exupèry concluiu...basta ver com o coração.

1 Sorriso Sincero para todos!

Paulo Lontro disse...

Sorriso, o teu ponto de vista não é nem um pouco menos poético que qualquer um dos anteriores.
E tal como os outros, aos meus olhos, respeitável.
Um Sorriso (de carinho) para ti.

Anónimo disse...

pois, se calhar é poesia...
mesmo assim acredito que é possível (pelo menos tentar) fazer-se o que está bem...
não é cool...ao que parece, só as "bad girls go everywhere"...
mas mesmo remando contra a maré, continuo a achar que é esse o caminho
(mas respeito os outros caminhos também)

sorriso de boa-noite!
:)