segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

A Carta que nunca irás ler...

O passar do tempo não apaga a sinceridade das palavras não proferidas...

Existe no momento mais inesperado e mais extraordinário a perfeição dos sentidos e dos sentimentos...

Poderia verter lágrimas por tudo aquilo que este momento não tem, mas aprendi com aquelas que verti que elas não convertem o vazio na tua presença...

Espero um dia conseguir demonstrar a este sentimento perfeito que não se impõem sentimentos e que nem as necessidades mais intensas podem se traduzir em algo feito de uma forma que não a espontânea e natural...

De tudo o que não lhe posso dar, o amor e a sinceridade nunca lhe irão faltar...

E apenas desejo que um dia ela possa olhar para o seu caminho e identificar em si própria a força de quem recebeu o amor que ela tem para dar...

Porque ainda que se escolha não sentir, não amar, não ler, não ver...
O universo não deixará de existir, nem os dias deixarão de se suceder...
Sem deixar margem para reaver aquilo que não soubemos ter...


sábado, 30 de outubro de 2021

Perfeição!

Inspirar... Expirar...
Deixar o ar fluir e levar consigo o peso que carrego na alma...

Pela janela a dança dos ramos das árvores denuncia o poder do vento...
E pergunto-me se ele poderá levar este vazio que me envolve...
Como se fosse possível encontrar uma resposta que trouxesse sentido a este tudo que me preenche e a esta ausência que me envolve...

Inspiro... Expiro...
Observo os ramos a dançar sem nada para os preocupar...

Inspiro... Expiro...
Sinto o mais pleno e mais perfeito dos sentimentos que trouxe à minha existência a mais sublime das experiências e a mais perfeita sintonia...

Inspiro... Expiro...
E permito que sejas em mim a perfeição da minha eternidade!



terça-feira, 15 de junho de 2021

Silêncios!

Construções infinitas de tudos e de nadas...
O mais profundo das infindáveis dúvidas que a eternidade não quis responder... 
Lavados pelo sal das lágrimas que a serenidade trouxe com a mesma certeza das respostas silenciadas...
Cravejados de sorrisos e olhos brilhantes de recordações imperfeitas... 
Daqueles que guardas junto dos diamantes que construirão a tua eternidade... 
Daqueles que aprendes a apreciar sem precisar de os destruir... 
Daqueles que as respostas tornariam desnecessárias...

Perfeitos instantes vividos num caminho que se foi cruzando com quem te trouxe tudo sem te dar nada...

sábado, 22 de maio de 2021

Silêncios

 Daqueles que nos envolvem....

Dos que tentamos controlar....


Daqueles que parecem sufocar o que o universo nos vai dizendo... Sussurrando... Gritando....


Quão cegos poderemos ser ao que o universo nos tenta dizer?

Daquilo que queremos fazer acontecer e da distância (às vezes abismal) ao que é suposto ser...


Daqueles que estão rodeados de tantos sons que julgamos que deixam de o ser...

E que ainda assim são perfeitos por tudo o que podem conter...


Imensos.... Infinitos... Ínfimos...

Com o tamanho certo que precisam de ter!

Com tudo que nos podem trazer! Com tudo o que precisamos que possam conter!



sexta-feira, 16 de abril de 2021

Somos...

Somos feitos de histórias.... de momentos... de fragmentos...

Dos instantes que partilhámos com quem existirá sempre ao nosso lado...
De toda a entrega que demos quando queríamos acreditar...
Do inesperado que trouxe a emoção que já não nos sabíamos desejar...
De instantes em que tudo fazia sentido antes de se esfumar (numa brisa que deixa apenas recordações)...
De todas as perguntas para as quais nunca teremos as respostas...

Somos feitos de lágrimas... sorrisos... e fragilidades que nos constróem... 
Somos o produto de uma receita imperfeita que conjuga os mais incoerentes dos ingredientes... 
Loucura... desejo... sonho... solidão... ternura...

Somos uma imensidão de nada no tudo que queromos e no tão pouco que com frequência sentimos que temos...







terça-feira, 6 de abril de 2021

Porquê....

Quem és tu?
Que procuras?
O que te motiva?
Onde queres chegar?
Quais são os teus maiores medos?
Quais são os teus maiores sonhos?

Quantas perguntas poderás usar para construir quem és? 
Quantas respostas poderás usar para descrever a tua essência?
Quantos silêncios e sorrisos poderão justificar tudo sem que as palavras sejam exigidas para traduzir os sentimentos que nunca deverias ter que explicar?


Sendo que na verdade somos feitos de incoerências infinitas e de incompreensões que fazem todo o sentido neste nevoeiro que nos envolve.... 
como se de alguma forma aquilo que não vemos nos impedisse de ouvir os sons que a nossa alma tão bem compreende...
como se a melodia que deixamos que embale a nossa existência necessitasse de alguma justificação...
como se o sal das lágrimas que nos escorrem pela alma não fizesse todo o sentido no oceano que nos acaricia o corpo e nos envolve com a gentilza de um abraço perfeito e eterno....

e então deixas os "como"s se misturarem com os silêncios e os "porque sim", sabendo que sentir é tudo o que precisas para responder a todos os "porquê"s que te fazem existir!




domingo, 28 de março de 2021

Aqui...

Em fundo a doce melodia que dispensa palavras....

Na minha pele nua os reflexos da história que me construíu...
Os instantes de quem não me desejou... 
Os fragmentos e as lágrimas de quem não me amou... 
Perdidos entre encontros e desencontros de quem não me soube ter... de quem pouco mais que me desejou...

E aqui... perdida e reencontrada na melodia de quem nunca serei... sinto a minha pele arder pelo desejo infindável de ser simplesmente o reencontro louco e insensato de quem nunca serei... conjungado no presente...  
No presente que me traz o encontro sereno e tranquilo de quem sou...


sexta-feira, 26 de março de 2021

Instantes

Existem fragmentos da nossa existência que têm a capacidade de ser eternos...


São os momentos em que o silêncio consegue gritar a intensidade do que necessitamos...
Quando encontramos na simplicidade a mais perfeita e completa resposta à loucura de nos sentirmos vazios de destino e preenchidos de necessidades...

E sabermo-nos o imperfeito encaixe de um abraço pode trazer em si a memória eterna à qual poderemos recorrer sempre que as lágrimas tentarem sufocar a dúvida de força que existe em nós...

Que nos preencha então a gratidão da partilha... a doçura de saborear na nossa pele o aroma que nos enebria a alma... e que o sal que percorre o nosso rosto não apague nunca a mais doce das recordações...

Simples... e na mesma dose intensamente perfeita...





segunda-feira, 22 de março de 2021

Goddess

There were no masks... nothing to hide the insecurity...
There were no clothes... nothing to hide her flaws...

And still she rose... in the mist of a perfect night...
Feeling her body wisper all the answers to the questions she didn't dare to ask...
And she savoured the uncertanty that a million possible futures could hold... knowing that in her weakness she had the necessary strenght.... to find her path...



sexta-feira, 19 de março de 2021

És...

Quantas palavras podes usar para dizer o que sentes?
Quantas palavras servem para medir a imensidão do vazio e da incerteza?
Quantas palavras tens na tua alma que gritam o que o universo se nega a te trazer?


Se tudo fosse possível que pedirias ao universo?
Se tudo fosse possível quão rápido correrias para os braços que te iriam trazer o sossego e a tranquilidade pelos quais a tua pele nua de esperança anseia?


Trocaste a normalidade por sonhos... Silenciaste o desespero com um sorriso... Calaste o vazio com a coragem fingida... 

És tão pouco na infinitude que os outros esperam de ti... Sentes-te tão pouco no que queres da vida... Aceitaste o pouco que a vida te deu com a tranquilidade que um rio de lágrimas silenciosas de trouxe...


E aqui sentada... Procurando no firmamente aquela luz infinita que adorarias que refletisse o sorriso que perdeste no passado, deixas o teu corpo arrefecer ao ritmo da escuridão que te envolve... 

Permites o entorpedimento da incerteza porque a felicidade pode doer mais do que te sentes capaz de suportar... 

Permites a apagar de desejos e vontades que te querem sufocar...


És tanto e tão pouco... És imensidão num instante frágil e efémero... És a ausência daquele tudo que desejas que te traga pouco mais que nada... 

És...






segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Fluir...

O olhar em redor perdia-se na inquietude que lhe ia na alma... 
O cansaço que lhe escorria nunca poderia se equiparar às lágrimas que vertiam os seus olhos...
Pesava-lhe o cansaço com o qual o seu corpo lutava...
Procurava no rubi que saboreava a fluidez que faltava à sua existência...
Todo aquele espaço em seu redor sufocava a consciência com que lutava a cada instante...
Olhar em frente trazia um futuro obscuro... uma angústia infinita... 
Na sua imagem projetada pelos olhos de outros procurava a tranquilidade que o seu coração lhe negava...
Dúvida... incerteza... solidão... cansaço... impotência... Meras palavras incapazes de descrever a realidade que lhe ia na alma... 
Mais um instante eterno... mais um golo sofrego de vida e polvilhado de incerteza...

Deixava as lágrimas fluir... 
Deixava o nada a sufocar...
Deixava o futuro trazer todas as possibilidades perdidas que sabia que teria que encontrar a tranquilidade de não ter...





sábado, 23 de janeiro de 2021

"E tu, como estás?"

Eu? Como é que eu estou?
A fazer um esforço imenso para não pensar nisso a cada instante.... A querer apagar da minha alma aquele olhar que me suplicava ajuda e ao qual eu não consegui corresponder... Desesperada para esquecer a impotência que sinto e que me corrói a cada instante... 

Como estou....
Cansada... exausta desta tristeza imensa... Impotente neste destino impossível que nos rodeia... Presa neste vazio que me envolve... Angustiada pela solidão que me corrompe... 

Porque como poderia eu explicar a cruel sensação de me saber priviligiada porque não há ninguém a quem eu possa pôr em risco quando chego a uma casa vazia... 
De explicar esta necessidade dolosora de um abraço que me fizesse esquecer o universo cruel que me rodeia...
De explicar a loucura que me invade e a quem procuro escapar de todas a formas que me são possívels...
De explicar que as lágrimas que me escorrem da alma não passam de um breve alivio para a angústia e a solidão que me assolam...

Eu? Como estou? apenas estou...
Aqui... só... 



domingo, 17 de janeiro de 2021

Como?


Não sei como consegues...

Perdi a conta ao número de vezes que ouvi esta frase nos últimos meses...
Da mesma forma que perdi a conta ao número de vezes que olhei para mim própria e não encontrei a resposta a essa pergunta...

Ser sonhadora poderá justificar esta necessidade louca de perseguir algo que em tantos momentos tenho dúvidas de que alguma vez irei alcançar...
E ser persistente, ou teimosa, como o queiram chamar, parece desculpa vã e pouco consistente para esta luta travada a cada dia comigo própria...

As pequenas vitórias ao longo do caminho ajudam a dar mais um passo, a esquecer o cansaço que me assola e a incerteza que parece incobrir o sol mais intenso e luminoso...
Porque há dias em que a alma e o sonho se encobrem de dúvidas e as lágrimas parecem querer formar a mais devastadora das tempestadas... aquela de destrói tudo... e ao mesmo tempo parece que nunca irá destruir o sonho...


Não sei como consegues...
Oh... se ao menos eu soubesse...