De olhos semicerrados ela bebia enebriada o prazer daquela imagem...
Ao ouvido aquele sussurro que lhe aquecia o corpo e lhe fazia fervilhar em desejo...
"Olha para o espelho! Vê!"
Haviam uma tesão imensa naquele olhar partilhado... no ar sentia—se a intensidade daqueles corpos entrelaçados...
Algures, sem saber em que ponto daquela loucamente intensa viagem, ela via naqueles corpos a vontade imensa de se fundirem na demanda do prazer...
Eram só dois corpos entrelaçados... mas aqueles corpos tinham tanto de errado como tinham de certo... naquele momento da viagem tudo faziam sentido, sem ser necessário responder a qualquer pergunta...
Sim, era apenas uma imagem... mas aquela imagem ficaria—lhe marcada na alma como se de uma queimadura de prazer se tratasse....
Aqueles dois corpos refletidos numa simbiose tão próxima da perfeição seria a imagem que lhe atormentaria nas noites de solidão...
Era apenas uma imagem... mas aquela imagem refletida era a prova de um desejo quase infindável e infinito... um desejo que não se esgotaria nem numa nem em mil viagens...
Sim... eu olho... eu vejo... e eu sinto tudo o que vejo refletido em mim...
Sim... eu olho... eu vejo... e eu sinto tudo o que vejo refletido em mim...