sexta-feira, 19 de março de 2021

És...

Quantas palavras podes usar para dizer o que sentes?
Quantas palavras servem para medir a imensidão do vazio e da incerteza?
Quantas palavras tens na tua alma que gritam o que o universo se nega a te trazer?


Se tudo fosse possível que pedirias ao universo?
Se tudo fosse possível quão rápido correrias para os braços que te iriam trazer o sossego e a tranquilidade pelos quais a tua pele nua de esperança anseia?


Trocaste a normalidade por sonhos... Silenciaste o desespero com um sorriso... Calaste o vazio com a coragem fingida... 

És tão pouco na infinitude que os outros esperam de ti... Sentes-te tão pouco no que queres da vida... Aceitaste o pouco que a vida te deu com a tranquilidade que um rio de lágrimas silenciosas de trouxe...


E aqui sentada... Procurando no firmamente aquela luz infinita que adorarias que refletisse o sorriso que perdeste no passado, deixas o teu corpo arrefecer ao ritmo da escuridão que te envolve... 

Permites o entorpedimento da incerteza porque a felicidade pode doer mais do que te sentes capaz de suportar... 

Permites a apagar de desejos e vontades que te querem sufocar...


És tanto e tão pouco... És imensidão num instante frágil e efémero... És a ausência daquele tudo que desejas que te traga pouco mais que nada... 

És...






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