Por estes dias, dei por mim a pensar no quanto perseguimos aquilo que desejamos... e ao fazê-lo pensei em todas as vezes que esse percurso nos faz esquecer o valor das pequenas coisas que vamos encontrando pelo caminho...
Que direito tenho eu a me queixar ao mundo quando tenho um abraço magnífico que me envolve à noite e me faz sentir no melhor lugar do mundo....
Em que momento é que nos esquecemos daquilo que nos rodeia e decidimos partir na busca do muito?
Em que momento é que nos esquecemos do prazer que o pouco nos pode trazer?
O sorriso de uma criança....
O brilho nos olhos daqueles que amamos....
Se encontramos nas pequenas coisas uma imensidão de sentimentos genuinamente bons, o que nos leva a desejar tanto mais?
Se estou sentada a ouvir os acordes de uma melodia maravilhosa, porque é que ainda assim não me sinto completamente satisfeita?
Queremos sempre mais, e na natureza eternamente insatisfeita do ser humano isso é perfeitamente natural, nas não será apenas estupidez quando optamos por ser cegos a todos os poucos que nos rodeiam?
Claro que eu quero ser muito feliz, claro que eu quero fazer muitas coisas, claro que eu quero sentir-me muito realizada.... mas não serão todos os poucos que conquistei até hoje que me proporcionarão tudo isso?
Entre o muito que desejo e todos os poucos que tenho não encontrarei a medida certa para a minha felicidade?
6 comentários:
Curioso, tenho andado a pensar exactamente o mesmo. Talvez por caminhos diferentes, mas tenho me questionado sobre o mesmo tema, a questão é saber aproveitar o bom que temos, e eu...não tenho conseguido fazê-lo na sua plenitude o que me causa ansiedades. As vezes dou por mim a pensar que me esqueço com muita facilidade que tenho tudo o que preciso para ser feliz.
o muito e o pouco, o que temos e o que desejamos ter...
...e as razões que nos levam a cada um dos pontos desses cruzamentos.
Pois, faz parte da natureza humana... e não tem mal algum desejar sempre mais...
Só há mal quando o desejamos a qualquer custo, quando não olhamos a meios, quando desvalorizamos o que temos e o percurso que fazemos para atingirmos um ponto único que acabará por perder todo o seu significado.
Se aproveitarmos cada pedaço do caminho, se valorizarmos os pequenos momentos, as pessoas que nos apoiam, as verdadeiras amizades, as gargalhadas em comum, a partilha das dificuldades, a mão amiga que damos e recebemos, as quedas, as lutas, as vitórias, os sorrisos, as lágrimas... aquela palavra especial... tudo o resto passa a ser um conjunto de objectivos que serve apenas como orientação, mas cuja concretização deixa de ser obrigatória e única.
Miúda, acredita, se tens saúde, família, e ainda por cima alguém que te ama...não precisas mais para ser feliz.
As músicas, viagens, concertos, casas, carros e o resto que possas imaginar, são só atrezzo do decorado que é a tua vida!
aproveita-a ao máximo!!
Gata - Mas se dás por ti a pensar nisso, estás perto de te relembrares que tens muito para te fazer feliz.... :)
Spritof - Claro que não há nada de mal a natureza eternamente insatisfeita do ser humano... o problema é quando nos esquecemos que podemos ser felizes com o que temos... :)
Cris - Sim eu às vezes esqueço-me, mas efectivamente tenho tudo o que preciso... :)
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