segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Oh Yes.... it matters...

Hoje, e a propósito de uma conversa que ouvi algures, dei por mim a pensar na importância que efectivamente tem a parte fisica de uma relação....
Será que o amor poderá sobreviver sem a paixão... sendo a paixão a expressão primordial do desejo....
Pessoalmente, considero que o desejo que sentimos pela pessoa que amamos é uma componente vital de uma relação.... porque se a alma se alimenta de sentimentos, o corpo também precisa que as suas vontades sejam satisfeitas... e uma delas é claro o desejo... a paixão... a tesão...
Claro que o desejo pode sobreviver sem o amor, ou até mesmo sem a paixão... mas custa-me a crer que o amor sobreviva durante muito tempo sem todas aquelas fantásticas sensações que encontramos na união dos corpos....
Por outro lado, é curioso como um sentimento tão deliciosamente incongruente nos faz desejar alguém que são é propriamente o Adónis que vivia em tempos na nossa imaginação... Mas ainda que possivelmente enebriados por um sentimento, o desejo existe... e a concretização do mesmo é algo que me parece a mim fundamental....
Não tenho qualquer prurido em assumir que não sou propriamente assexuada, e por isso me causa alguma confusão essas pessoas que dizem viver um amor sem desejo, sem paixão, sem tesão....
Porque afinal, quando os corpos se unem e o desejo vive envolto num sentimento tão maravilhoso, tudo aquilo que poderia ser apenas fisico, deixa de o ser e todo aquele prazer parece crescer exponencialmente....

15 comentários:

spritof disse...

Não concordando a 100%, sou obrigado a concordar que...sim, tem importância e...sim, faz diferença e....sim, é fantástico e maravilhoso e fabuloso e mágico e....

Mas por outro lado, talvez seja importante determinar, antes de mais, o que é esse físico, esse desejo, essa tesão. Porque, e à parte de casos particulares (que até nem são assim tão particulares como isso), de que forma é esse fogo físico tão fundamental numa verdadeira relação sentimental?

É que todos já ouvimos sobre histórias reais contadas por uns e por outros de amores distantes e, por vezes, até sem qualquer físico. Todos alguma vez sentimos algo de especial por alguém que não foi despoletado por qualquer atracção física, nem teve uma obrigação de empenhamento físico.

Pessoalmente, considero o toque físico muito importante, diria até fundamental. Faz parte de quem sou. Sinto falta de mexer, de tocar, de sentir o calor corporal, o vibrar do corpo, a simples respiração, o palpitar de um músculo, o mexer de uma veia, o cheiro do corpo que em cada parte é diferente, o sentir o corpo vivo. Sendo esse corpo da pessoa amada, da mais desejada de todas, essas sensações atingem o rubro, e levam-nos a estados e sensações que jamais teríamos de outra forma...
...ou será que teríamos mesmo de outra forma?

Será que, de acordo com algumas filosofias, conseguiremos mesmo desligar-nos do sentir físico e passarmos ao rubro metafísico?

Será que andamos todos iludidos e embrenhados num corpo que, mais cedo ou mais tarde, definha e perde todo aquele sabor, toda aquela frescura, jovialidade, elastecidade, brilho, tenacidade...
...será essa passagem da idade uma lição dos deuses, do sentir sem a necessidade do corpo?

Sei, no entanto, que amarei sempre o corpo daquela que amo, seja hoje ou amanhã, ou daqui a 50 anos, como se fosse hoje. Mesmo o corpo velho, gasto, marcado pelo tempo, sem aquele brilho e esplendor de outros tempos. Porque esse corpo terá sempre a marca do sentimento, do meu sentimento, e do seu sentimento, que o transformará a meus olhos num corpo belo e atraente, aquele que me levará sempre ao rubro, e que me dará sempre a sensação de segurança e conforto, que me faz sentir em casa.

Afinal, talvez seja isso mesmo. O corpo, a união dos corpos amados, talvez não seja tão fundamental. Na verdade, é meramente passageiro.
Mas nós, seres humanos, precisamos de sentir e gozar dessa união para dar forma a um sentimento que não se apalpa nem se vê, mas apenas se sente como algo abstrato e indescritivel. E sem "encher as mãos", sentimo-nos como que a perder a fé dos sentimentos do coração. Somos incrédulos por natureza. E demonstramos essa incredulidade todos os dias nos nossos actos, até nos mais banais.

E até lá, até nos sentirmos capazes de iludir o físico que nos trai com o tempo, até acreditarmos que o que sentimnos é mesmo verdade e não carece de confirmação...
...até lá o melhor é tirarmos o máximo prazer do corpo que temos e daquele que amamos, gozarmos dessa tesão física e psicológica até caír, como se não houvesse amanhã...
...porque amanhã, amanhã é já daqui a pouco, e o tempo não perdoa!

E já agora...
...uma pequena contribuição para a taxa de natalidade, sim?
;)

Paulo Lontro disse...

Muito interessante o tema.
Concordo com a TM enquadrando as suas palavras e raciocínio num determinado momento de uma relação. Esse momento é claramente o momento do namoro e do “apaixonamento”.
É também um momento de contacto não continuo com a pessoa amada e quando esse contacto esporádico existe o momento torna-se muito físico e sentimentalmente mas violento.

Estou no entanto mais sintonizado com o raciocínio do Spritof pois que o seu ponto de vista é mais distendido no tempo de uma relação onde além do momento raciocinado pela TM atravessa outras partes e outros momentos de uma relação sendo que os sentimentos e os desejos variam com a maturidade de uma relação assim como com a partilha constante de uma vida e não apenas aquele momento inicial de “namoro”.

ઇઉ Aralis ઇઉ disse...

Depois de tão eruditas opinnões, vou ser mais directa: O SEXO É IMPORTANTE SIM! Mas acima de tudo é importante qd há amor, ligação mais profunda, pk relação sem isso ñ é nada. Para ser feliz é uma sinfonia, um conjugar de factores que se alinham como uma constelação.

Jokas a tds os pensadores

TM disse...

Spritof - Será que nos amores distantes não há desejo?
Será que não se pode desejar um corpo que carrega as marcas do tempo?
O amor é tão maravilhoso que permite o tudo e o nada... é incongruente... e nele desejamos tantas coisas diferentes...
É então na concretização desse desejo que se apazigua o corpo... se alimenta a paixão... e concretiza o amor...

TM disse...

Paulo - Se o tempo permite a maturação dos sentimentos... nele também os desejos se vão transformando... amadurecendo... e conforme isso acontece os amantes descobrem novas formas de apaziguar o desejo... de se amar... com o corpo e com a alma...

TM disse...

Aralis - Talvez seja por isso mesmo que muitos corpos se encontram e tão pouco se amam...

spritof disse...

Haverá sempre desejo, e sempre se desejará o corpo com o passar do tempo.

Mas não residirá no corpo a centelha dessa paixão, antes o contrário.

Afinal, é amor, não luxúria.
:)

Paulo Lontro disse...

Eu diria que com o passar do tempo há outras "centelhas".
Eu concordo que quando o contacto não é frequente, o corpo, a parte física do sentimento, tem um valor extra. À medida que a convivência é diária há muitos outros pontos de contacto ou se quiserem, de partilha do amor.
O corpo não perde contudo a importância, até pode aumentar, mas o que se sente é sem dúvida diferente.

spritof disse...

Sim...não sei se me expliquei bem, quis dizer que a centelha não advem do corpo mas sim da "alma", do nosso sentimento, e isso reflecte-se no corpo, no nosso desejo carnal.

Como o Paulo diz, até pode aumentar a importância do corpo. O nosso desejo pela pessoa amada muda de forma, de sentido, e de vivência. A pessoa que amamos torna-se diferente na nossa maneira de sentir e olhar, na nossa perspectiva, e mais profunda, ou mais "nossa", assim como se fizesse parte de nós, como se fosse uma extensão do nosso ser, do nosso corpo... ...e de uma forma muito natural.
Pelo menos é isso que sinto.
E sabe bem....


Uma vez escrevi (não saiu nada de especial, mas foi o que deu):

"Num só corpo

corpo que te amo,
que te cheiro e absorvo,
que te abraço e protejo,
do frio e desconforto,
corpo que te choro,
que te sorrio e beijo,
que te aperto no meu colo,
que te sinto como meu corpo."

15/Setembro/2008

...pouco depois acrescentei, em resposta a um comentário, que era como um "pedaço meu, extensão do meu ser, a terminação da minha imperfeição"

É isso que sinto, que me complementa.
Talvez seja esse o motivo do desejo do corpo de quem amamos, o resultado da sensação de que essa pessoa nos faz sentir completos.

Anónimo disse...

Tens tanta, mas tanta razão!

O desejo pode muito bem existir e crescer sem amor.
O amor morreria sem o desejo.

Penso como tu.

TM disse...

Spritof - E no amor desejamos alguém... alguém que assim por acaso tem um corpo que damos por nós a desejar também...

TM disse...

Paulo - Um amor que perdura ao longo do passar do tempo é um tesouro que pode se manifestar de muitas formas... o desejo do corpo é efectivamente apenas mais uma delas... mas não deixa de o ser...

TM disse...

Spritof - E quando alguém nos proporciona essa plenitude é apenas natural que queiramos tê-la sempre por perto... junto de nós... a fazer parte de nós......

TM disse...

Cris - ............. :)

Blue Dreams disse...

Dai pensar que a sedução é a arma... serve para despertar o desejo, o amor e a tesão
Beijos Sedutores