quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A minha idade...

Demasiadas vezes me olho ao espelho e questiono quem é aquela pessoa que nele vejo reflectida...
E outras tantas vezes, questiono afinal quem vêm os outros em mim... mas algo mais curioso ainda é a forma como as pessoas vêm a minha idade... para uns sou demasiado nova, e no fundo em incontáveis momentos sinto ter vivido demasiado para alguém com a minha idade...
Não me sinto velha, nem nada que se pareça, mas questiono o que é efectivamente essa coisa da idade... Sei que o tempo actua de formas imensamente diferentes em cada um de nós, e aquilo que vivemos nos faz crescer de maneiras também elas diferentes...
De que forma poderá a minha idade condicionar quem sou?
E como poderá a minha idade influenciar a forma como os outros me vêm?

9 comentários:

spritof disse...

O condicionamento que a tua idade provoca na tua pessoa é proporcional à importância que dás aos valores socialmente estabelecidos para essa mesma idade.

A tua idade influência os outros de uma forma semelhante à anterior.

Anónimo disse...

Há quem tenha 80 anos e conserve o olhar da foto que puseste neste post: o olhar encantado, de quem vê as coisas pela primeira vez e se maravilha com elas...um olhar que nos leva a ver as coisas também como se fosse a primeira vez, tal é o encantamento e o brilho que o olhar do outro nos traz.
Depois há crianças que com oito anos transmitem dureza, tristeza, às vezes até ironia e sarcasmo...
Há outras que, com a mesma idade, nos olham com um olhar tão penetrante que duvidamos se não terão poderes para-normais, tal é a sensação de que nos "lêem" melhor que ninguém...
Um dia li algures que havia "almas velhas" e "almas novas" e que era fácil identificarmos cada uma delas se prestassemos atenção ao olhar do corpo em que se instalam.
As almas velhas conhecem o Homem...sabem os defeitos e as qualidades, sabem detectá-las na perfeição;
As almas novas são inocentes, desconhecem a parte triste do mundo porque nunca lidaram com ela.
Para mim, não é a idade que nos faz ser mais ou menos frios, amar como se nunca tivessemos sido magoados ou defendermos o nosso coração de qualquer sentimento que nos possa "desarmar"...
É o que vivemos (só nesta vida, ou também nas anteriores, para quem acredita) que nos torna mais ou menos "adultos"...
E para mim, ser-se adulto, é perder o olhar desta foto...

Sobre ti...
Acho-te adulta.
Com tudo o que isso implica de bom e de mau.
Mas posso estar enganada...

Um sorriso verdadeiro para ti!

TM disse...

E qual é afinal a minha idade, aquela que fui acumulando ao longo dos anos, ou aquela que sinto ter hoje, ou aquela que senti ter ontem?

TM disse...

Sorriso - Concordo quando falas da idade das almas... gostava de ter eternamente uma alma nova... mas será que a terei apenas por a tentar ter...

Anónimo disse...

Hum...
Chama-se a isso "complexo de Peter Pan" ;)
Mas acho que só mesmo no ecrã é que isso se torna possível...
Leste a Alegoria da Caverna?...
Ambicionamos saber sempre mais...faz parte da natureza humana...mas depois de termos o saber...é impossível voltar atrás...
claro que temos sempre uma alternativa: lobotomia!
lol
:)))
beijinho!!!

ps: acho que o segredo é vermos o lado positivo de todas as coisas objectivamente más pelas quais vamos passando...e...sorrir sempre!
:)

Anónimo disse...

ps: também eu gostava de nunca ter perdido a inocência...

TM disse...

Sorriso - E será que realmente a perdemos... não será o facto de mantermos a esperança, indicador do contrário?

Anónimo disse...

Parece-me que manténs a esperança, sim...
(quanto a mim já é outra conversa..)
:)

spritof disse...

a idade não se acumula...
...diria que a tua idade é aquela que sentes agora, e que pode até andar para trás, para a frente, para trás...and so on.

A experiência do tempo, os conhecimentos acumulados, não nos fazem mais velhos...podem até nos fazer mais jovens, fazem-nos é mais astutos, maduros, experientes.

Por exemplo, brincamos quando jovens, tornamo.nos sérios a meia idade (ou mais ou menos) e tornamos a brincar quando velhos... ...porque aprendemos a ser jovens (ok, há excepções em todas as faixas etárias).

Inocência...é a que que quisermos ter, quando nos deixarmos de levar por intrigas e enganos, e simplesmente vivermos o momento numa perspectiva positiva e de acreditar na boa vontade, no ser verdadeiro, das pessoas (que muitas vezes não a tém...é certo...mas problema delas!).