terça-feira, 2 de setembro de 2008

Desencontros...

Seria demasiado pueril da minha parte acreditar que existe realmente o princípe encantado, que ainda que existisse seria destinado á princesa que decerto não sou eu.... Mas ainda que não acreditando na existência de tal personagem, até que ponto poderei eu acreditar na possibilidade de encontrar alguém que não sendo perfeito o seja....
Se é verdade que em muitas situações a capacidade de atingir a opção correcta advém de um processo de tentativa e erro, no que se refere ás minha relações (ou lá o que foram essas coisas) a sucessão de erros torna qualquer nova tentativa extremamente desmotivante...Em conversa com uma amiga, comentei a minha capacidade de atrair, ou ser atraida, por uma multiplicidade de personagens que poderiam figurar nos maiores sucessos de bilheteira cinematográficos, desde as comédias, aos dramas, passando pelos filmes de terror.... E eu que nem estou interessada em ganhar um óscar, dou por mim a improvisar para conseguir sair minimamente bem das histórias em que me vejo metida...
Se não procuro um princípe, e muito menos alguém que com o seu brilho ofusque a minha existência, onde residirá a motivação para continuar a procurar, ainda que não procure....
Por ser vitima, em doses moderadas, de algum egocentrismo, não quero viver a minha vida em função de outra pessoa. E ainda que sabendo perfeitamente que o facto de ter alguém com quem partilhar os momentos importantes da nossa vida, os torna ainda mais significativos, sinto-me ligeiramente sufocada com a possibilidade que esses momentos apenas existam se existir esse princípe desencantado...
Afinal esta coisa de se ser um ser social parece dar demasiado trabalho para as compensações que tenho vindo a recolher, e por isso questiono o verdadeiro potencial de uma vida partilhada... Obviamente não a torna menos desejada, apenas menos tentadora... É que no meio de todas as minhas confusões, não há adrenalina que compense o risco de me envolver em mais umas quantas...
Não sendo princesa e não estando á espera de encontrar um príncipe, qual a possibilidade de existir alguém que me encontre???

5 comentários:

Paulo Lontro disse...

Se te convenceres que não queres ser encontrada podes ter a certeza que as possibilidades são poucas ...

TM disse...

Em alguns momentos sinto que estou plenamente disponível para que alguém me encontre... mas sinceramente não sei até que ponto isso é verdade...

Paulo Lontro disse...

Se é verdade?

Aí está a resposta "...eu sei que existe por aí alguém que partilhará os meus gostos musicais.... e um dia eu voltarei a amar alguém que ouve a canção do meu coração..."

Nikky disse...

Este texto podia ser meu. :)

spritof disse...

DESENCONTROS

Conheci uma brasileira nos anos 1985-88 (eu, adoloescente, ela com uns cinquenta e muitos anos mas com corpo de menina de 20 - muito bem conservada, dava ao litro para se manter assim!) que comentou que ao longo da sua vida correu os homens de A a Z multiplas vezes, experimentou um pouco de tudo, teve relações só para conseguir concretizar alguns sonhos, e tudo isto até ter encontrado o homem da vida dela. Isto foi em África, Lesotho, nde vivi esses 3 anos fantásticos da minha vida.

Convivi com esse casal ao longo daqueles 3 anos, e aparentavam, de facto, ter uma vida feliz e harmoniosa.
Não sei se era uma convivencia feliz e amiga, se paixão e amor profundo...eu era um adoloescente e, por isso, a minha perspectiva de certas coisas era ainda imatura.

Mas que ela afirmou estar feliz e que não o trocava por nada...isso afirmou.


Nunca é tarde...mas até lá, vai vivendo o melhor, o presente.
Ela disse que não se arrependia de nada do que fez, nunca parou, e que gozou tudo o que podia gozar da vida que teve.

Por vezes encontramos exactamente o que precisamos quando deixamos de as procurar...as coisas vém ter connosco!

Porque é que me lembrei disto?
Porque estou a ouvir uma rádio online com clássicos dos anos 80, e estou a delirar com as memórias desse tempo...e esta veio mesmo a propósito do teu post "Desencontros".